O Retorno

Retorna a Terra ao seu ponto

de partida a cada ano

celebrando o ano novo

e o dia nacional da poesia.

Retornam os astros, os átomos

para dentro das moléculas ao

seu ponto inicial.

Retornam os dias, as noites,

retornam as quatro estações.

Retornam os ciclos, kalpas, Yugas,

Mahamvantaras...

Irrebatível é o retorno, onde

me deparo com o milagre e o mistério

de estar viva.

Acordar

(Imagem: Blog Estadão)

Muito bom dormir cedo e acordar,

com o canto do galo,

o cheiro do vento frio,

o descanso das ruas desnudas

do barulho humano...

Peço licença para alguma coisa,

primeiramente para desfolhar

um canto de amor à vida, e mergulhar

na imensidão do desconhecido

como quem mergulha nas profundezas das àguas.

Peço licença para, ao acordar mais uma vez,

soletrar dentro de mim

as palavras descobertas no frio e silêncio

de uma bela manhã.

 

Sidroniosa Pinheiro

(Sida Poetisa)

Altares do Inferno

(Imagem: Imotion)

Em cada transgressor

há um Rimbaud.

Serpentes que inovam

a poesia e a vida

do caos

se tornando prisioneiros,

descendo pela via tenebrosa

galgando os degraus

do inferno.

Sidroniosa Pinheiro (Sida Poetisa)